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Sexta-feira, 26 de ABRIL de 2024

Dúvidas frequentes: Prazer no sexo

Pergunta:

"Minha ex-namorada sempre chegava ao orgasmo, mas quando eu a xingava de prostituta, vagabunda, e todos os nomes possíveis, o orgasmo era muito mais profundo e louco. Ela me contou que por várias vezes sonhou que era estuprada por dois desconhecidos encapuzados, e que isso a deixava muito louca. Cheguei a me fantasiar de estuprador, amarrar e bater nela, como ela pedia, e foi uma loucura, principalmente quando fazíamos sexo anal. Sou a favor de que, dentro de quatro paredes, tudo vale, por isso cheguei a insinuar transas a três, mas ela sempre negou. Mas acho que, se estivéssemos namorando até hoje, fatalmente ela toparia. Isso tudo é muito normal?"

Resposta:

Você sabia que muita gente usa esse tipo de fantasia e comportamento sexual da mulher para interpretar como sendo uma tendência dela ao masoquismo?

Pois é, e pode ser uma coisa tão diferente!

Como você bem sabe a mulher passou, e ainda passa, por uma educação sexual muito inibidora.

Por isso, mesmo nos tempos atuais ela ainda sofre com algumas conseqüências desse fato na vida íntima.

O modo de agir de sua namorada tem muito a ver com isso; até há pouco tempo prazer sexual era coisa de homem!

Para a mulher restava apenas o dever de praticar o sexo com o marido para aliviar o tesão dele, ou para engravidar.

E que tipo de mulher ousava ter prazer sexual, sair do papai-mamãe?

As prostitutas, as vagabundas, etc...

Percebe que sua namorada nada mais fazia do que criar uma cena em que ela se sentisse liberada para o prazer? Por isso ele vinha tão louco!

E a história do estupro, da violação, segue mais ou menos a mesma linha: sendo forçada a fazer, a mulher não precisa assumir o seu desejo, e portanto pode relaxar e gozar...

Mas tem um ponto importante nessa história toda: o que tornou possível que sua ex-namorada pudesse se soltar nessas fantasias, nessas dramatizações, foi a relação com você: pacto, cumplicidade, confiança, afeto, compromisso.

Isso pode explicar o fato de ela, mesmo parecendo muito ousada, não ter aceitado a idéia de uma transa a três.

Por último: se você acredita mesmo que entre as quatro paredes vale tudo, por que é que você quer saber se isso é ou não é normal?

Porque o fato é que, mesmo entre as quatro paredes, não vale tudo não.

Porque dentro das quatro paredes sempre tem uma porta que liga o espaço íntimo ao que está lá fora, e vice-versa!
Rosely Sayão

Rosely Sayão é psicóloga, colunista da Folha de S.Paulo e autora de vários livros sobre sexualidade e família, entre eles "Como Educar meu filho?" (ed. Publifolha). Veja mais em UOL Teen Sexo

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