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Sábado, 20 de ABRIL de 2024

Dúvidas frequentes: Consulta médica

Pergunta:

"Oi Rosely, tudo bom? Eu vi na TV sobre o caso daquele médico que tratava (abusava) de adolescentes e fiquei com uma dúvida, que acho que pode ser de todo mundo: qual é o procedimento correto de uma consulta médica para adolescentes? (hebiatra?) De quais tipo de exames devemos desconfiar? Afinal, o que é certo e errado numa consulta deste tipo? Beijos e parabéns."

Resposta:

Muito boa sua questão! Você tem toda a razão. Muitos adolescentes ficaram confusos com essa história, e muitos pais também. Mas, antes de qualquer coisa, é bom lembrar: esse médico é uma exceção, e louco tem em todas as profissões.

A sua pergunta se refere ao hebiatra, mas poderia ser sobre qualquer outra especialidade: o clínico geral, o pediatra, o ginecologista, o urologista etc... Então vamos fazer o seguinte: para ir ao ponto de sua questão, vamos dar a palavra aos médicos. No nosso consultório, tem uma pergunta ao Dr. Tapajós em que ele responde sobre como seria uma consulta em que o médico tem que examinar órgão genital masculino (leia aqui). O Dr Marco Lenci, responde uma outra sobre como funciona uma consulta com o ginecologista (leia aqui); e o Dr. Maurício, completando os dois, diz como é uma consulta com o hebiatra (leia aqui). Não deixe de ler estas três respostas, que são muito esclarecedoras.

Mas vou aproveitar a sua pergunta para dizer mais duas coisas. Primeira: o maior número de abusos contra crianças e adolescentes acontece na própria família, dentro de casa, ou com pessoas muito próximas. Por isso, é importante que se algum dia você souber de alguém que sofre ou sofreu um abuso sexual, ajude-o a denunciar, a contar para um adulto de confiança. Isso tem que ser punido, e a justiça protegerá a criança.

Segunda: Médico é gente, tem bom humor, mau humor, uns são mais fechados, outros mais brincalhões, mas não são donos da verdade. Quando você for ao médico, não tenha receio algum: questione o que ele fala, pergunte, não tenha vergonha ou constrangimento. Discuta se você não está de acordo com o que ele fala ou propõe, pergunte novamente se não entendeu, volte ao assunto se ele não foi claro, leve uma lista de dúvidas por escrito para, na hora, se der um branco, você tirar a lista do bolso e pedir um tempinho para poder ler e ver se perguntou tudo.
E se você perceber que o médico não tem paciência, está com pressa de terminar a consulta, pense em trocar de médico, fale com seus pais. Se você não gostar de alguma coisa, fale. Falando, você pode ajudar o médico a perceber que não está tratando você como você gostaria. É seu direito. Ah! Ao examinar você, ele terá de explicar o que vai examinar, e o motivo. Remédios e injeções? Aí, sim, só na presença dos pais ou um outro adulto de sua confiança.

Por fim: muitos adolescentes me escrevem com dúvidas que deveriam ter sido perguntadas para o médico e, por alguma razão, esqueceram na hora, ou ficaram inibidos. Nesse caso, telefone para o médico, volte ao consultório, e diga que quer fazer mais uma perguntinha, ok?

Caro, essa coisa horrível que aconteceu e chocou a todos não deve deixar você com medo de ir ao médico e muito menos de ficar a sós com ele. E para evitar isso, não deixe de ler as respostas que indiquei no começo da nossa conversa.

Um beijo para você!
Rosely Sayão
Rosely Sayão

Rosely Sayão é psicóloga, colunista da Folha de S.Paulo e autora de vários livros sobre sexualidade e família, entre eles "Como Educar meu filho?" (ed. Publifolha). Veja mais em UOL Teen Sexo

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